Três municípios da Região Metropolitana do Entorno do Distrito Federal estão entre os que apresentaram melhor desempenho fiscal em 2024, segundo levantamento divulgado neste mês de junho pelo Tesouro Nacional. O ranking estadual coloca Águas Lindas de Goiás no topo da lista, Cidade Ocidental em quarto lugar e Valparaíso de Goiás na sexta posição.
Os dados fazem parte da nova edição da Capag (Capacidade de Pagamento), metodologia adotada pelo Tesouro Nacional para avaliar a saúde fiscal dos entes federativos. O índice considera indicadores como endividamento, poupança corrente e liquidez, permitindo uma análise precisa da gestão das contas públicas municipais.
O bom resultado das cidades do Entorno evidencia um novo momento da região, historicamente marcada por desafios econômicos e sociais, mas que agora desponta como uma área em transformação, com maior equilíbrio fiscal e avanços na gestão pública.
Para o secretário de Estado do Entorno, Pábio Mossoró, o desempenho positivo é resultado direto de uma combinação entre a responsabilidade fiscal adotada pelas administrações locais e o suporte técnico e financeiro oferecido pelo Governo de Goiás.
“Temos prefeitos comprometidos com a boa gestão e que estão fazendo o dever de casa. E o governo estadual tem atuado de forma decisiva para fortalecer essas cidades com investimentos, obras e apoio institucional. Esse resultado é coletivo”, afirmou Mossoró.
A presença das três cidades entre as seis melhores de Goiás é simbólica, já que a região do Entorno sempre esteve entre as mais vulneráveis do estado, especialmente em indicadores como infraestrutura, mobilidade e saneamento. Nos últimos anos, no entanto, ações integradas entre prefeituras e o governo estadual vêm mudando esse cenário.
Águas Lindas de Goiás conquistou o primeiro lugar no ranking estadual, o que representa um marco na história do município. O bom desempenho reflete o controle de gastos, o aumento da arrecadação própria e o equilíbrio nas contas públicas.
Com população estimada em mais de 200 mil habitantes, a cidade tem ampliado investimentos em áreas prioritárias como saúde, educação e infraestrutura, sem comprometer a sustentabilidade fiscal.
Segundo dados extraoficiais, o município também tem sido destaque na captação de recursos federais e estaduais, o que permite ampliar os serviços públicos sem gerar endividamento excessivo.
A quarta posição conquistada por Cidade Ocidental e a sexta de Valparaíso de Goiás confirmam o avanço da gestão pública na região do Entorno. Ambas as cidades têm investido em políticas de modernização administrativa, revisão de contratos, digitalização de serviços e qualificação dos servidores.
Além disso, há um esforço conjunto de atualização dos cadastros imobiliários, incremento na fiscalização tributária e políticas de incentivo à formalização de micro e pequenas empresas. Essas medidas impactam diretamente na arrecadação e no equilíbrio financeiro.
Valparaíso, por exemplo, tem apostado em parcerias público-privadas e na atração de novos empreendimentos para aquecer a economia local e gerar empregos, ao mesmo tempo em que mantém o controle das finanças públicas.
O bom desempenho fiscal dos municípios do Entorno reforça o papel estratégico da região como um dos principais vetores de crescimento de Goiás. Localizadas em áreas de transição entre o DF e o interior goiano, essas cidades têm papel importante na integração econômica e social do Centro-Oeste.
O governo estadual tem priorizado investimentos na região, com obras de mobilidade, ampliação da rede de saúde e programas de habitação e regularização fundiária. Segundo o próprio governador Ronaldo Caiado, a ideia é transformar o Entorno em uma região autônoma e com infraestrutura capaz de sustentar seu crescimento populacional acelerado.
“O equilíbrio fiscal é a base para qualquer política pública efetiva. Esses municípios estão mostrando que é possível crescer com responsabilidade”, reforçou o secretário Pábio Mossoró.
A Capacidade de Pagamento (Capag) é um instrumento criado pelo Tesouro Nacional para avaliar a situação fiscal dos estados e municípios, especialmente aqueles que desejam contrair empréstimos com garantias da União.
A nota atribuída varia de A (excelente) a D (crítica), com base em três indicadores principais:
Endividamento: relação entre dívida consolidada e receita corrente líquida.
Poupança corrente: diferença entre receita corrente e despesa corrente.
Liquidez: capacidade de honrar obrigações financeiras de curto prazo.
No caso das cidades goianas destacadas, todas apresentaram notas compatíveis com grau de excelência em pelo menos dois desses critérios, o que lhes permite maior credibilidade perante instituições financeiras e órgãos de controle.
O bom desempenho fiscal não é apenas um número em planilha: ele reflete diretamente na vida da população. Cidades que conseguem equilibrar suas contas públicas têm mais capacidade de investir em infraestrutura, saúde, educação e assistência social.
Além disso, o equilíbrio fiscal evita atrasos salariais, amplia a oferta de serviços e cria um ambiente mais atrativo para investidores e empreendedores locais.
Os avanços registrados por Águas Lindas, Cidade Ocidental e Valparaíso são exemplos de que, mesmo diante de desafios históricos, é possível alcançar eficiência na gestão e responsabilidade com os recursos públicos.
O desafio agora é manter o desempenho e garantir que o equilíbrio fiscal se traduza em melhorias concretas para a população. Com planejamento, transparência e parceria entre esferas de governo, a tendência é que mais cidades do Entorno se somem a esse movimento de avanço.
Para os gestores locais, o reconhecimento do Tesouro Nacional é um incentivo à continuidade do trabalho técnico e responsável. E para a população, é a esperança de que os bons números se reflitam em mais qualidade de vida no dia a dia.
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