A Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Valparaíso de Goiás, deflagrou na manhã do dia 26 de junho uma operação para cumprimento de mandados de prisão preventiva, busca e apreensão contra João Paulo Santos da Silva, de 42 anos, acusado de ameaçar sua ex-companheira e descumprir medidas protetivas no âmbito da Lei Maria da Penha. O suspeito não foi localizado e é considerado foragido.
Segundo a corporação, a investigação teve início após a vítima registrar ocorrência em abril deste ano, denunciando episódios contínuos de ameaça, injúria e agressões físicas. A Justiça concedeu medidas protetivas de urgência, mas João Paulo ignorou completamente as determinações legais e voltou a invadir a residência da ex-companheira.
Durante a invasão, ele a ameaçou de morte e furtou diversos objetos do imóvel, incluindo um aparelho de ar-condicionado, um filtro de água, uma televisão e um reboque. A vítima tentou alertar as autoridades, momento em que o suspeito fugiu levando os itens.
De acordo com o relato da mulher, os episódios de violência psicológica se intensificaram mesmo após a medida judicial. João Paulo passou a enviar mensagens e áudios com ofensas, difamações e exigências de contato. Ele também teria ameaçado a integridade física da vítima e de seus filhos, monitorando sua rotina por meio de ligações para vizinhos e familiares.
Em um dos áudios obtidos pela investigação, o suspeito afirmou que “não gosta de polícia” e ameaçou: “o pau vai quebrar, você não sabe com quem está mexendo”.
A vítima, em depoimento à DEAM, relatou viver em constante medo. Ela afirmou que João Paulo a chamava de “vagabunda” e “rapariga”, e que já não se sentia segura sequer para sair de casa.
“Ela teme pela própria vida e pela dos filhos. Trata-se de um caso grave de violência psicológica e desrespeito às instituições. O investigado não apenas ignora as ordens judiciais, como intensifica a perseguição à vítima, mesmo após as medidas legais serem impostas”, afirmou a delegada responsável pelo caso.
Com base nos elementos coletados, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do agressor, que foi deferida pela Justiça.
Na manhã da última quarta-feira (26), equipes da DEAM, com apoio da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil (5ª DRP), cumpriram mandados em diferentes locais, incluindo a residência do suspeito, um apartamento e um condomínio ainda em construção, onde João Paulo poderia estar escondido.
Apesar dos esforços, ele não foi localizado. Diante da gravidade do caso e do risco iminente à integridade da vítima e de seus filhos, a Polícia Civil divulgou imagens do suspeito para ajudar na sua identificação e localização.
“As medidas foram tomadas com base nos artigos 147 do Código Penal (ameaça) e 24-A da Lei nº 11.340/2006 (descumprimento de medida protetiva), crimes que, somados, evidenciam um padrão de violência e desobediência às decisões judiciais”, destacou a delegacia especializada.
A DEAM segue apurando o caso e monitorando possíveis movimentações do foragido. Informações que levem à localização de João Paulo podem ser repassadas de forma anônima através dos canais oficiais da Polícia Civil de Goiás.
As autoridades pedem à população que não tente abordar o suspeito diretamente, considerando seu histórico de agressividade e ameaças explícitas contra a vítima e o sistema de justiça.
A divulgação de sua imagem é uma tentativa de mobilizar a sociedade no enfrentamento à violência contra a mulher e garantir que o agressor responda pelos crimes cometidos.
O caso de Valparaíso de Goiás evidencia a importância e os desafios da aplicação da Lei Maria da Penha. Embora as medidas protetivas sejam fundamentais para interromper o ciclo de violência, seu descumprimento representa um alerta para a necessidade de ações rápidas e eficazes por parte do poder público.
A DEAM reforça o compromisso de agir com rigor em todos os casos de violência de gênero e reafirma a importância da denúncia por parte das vítimas e da sociedade.
“A violência contra a mulher não é um problema privado, é uma questão pública. Precisamos da participação de todos para combater esse tipo de crime”, concluiu a delegada.
Quem tiver informações sobre o paradeiro de João Paulo Santos da Silva deve entrar em contato com a Polícia Civil de Goiás. A identidade do denunciante será mantida em sigilo.
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