A família de Gabriel Tavares Bitencourt, de 24 anos, vive dias de dor e incerteza após a morte repentina do jovem no Chile. Natural de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, Gabriel faleceu no dia 16 de junho, após sofrer uma crise convulsiva em casa, seguida de parada cardíaca. A informação foi confirmada por sua irmã, Graziella Tavares Bitencourt.
Segundo os parentes, Gabriel havia se mudado recentemente para Santiago em busca de uma nova vida, motivado pelo desejo de trabalhar, crescer profissionalmente e conhecer outras culturas. O sonho, no entanto, foi interrompido de forma trágica e inesperada. Agora, a família enfrenta um novo desafio: reunir os recursos financeiros para trazer o corpo de volta ao Brasil e realizar o sepultamento em sua cidade natal.
“Ele estava feliz lá, realizado. Conversávamos sempre, ele ligava para minha mãe todos os dias. Era um ser de luz, com um sorriso largo que espalhava amor por onde passava”, disse Graziella, emocionada.
Sonhos interrompidos no exterior
Gabriel era descrito como uma pessoa carismática, generosa e cheia de planos. Amava viajar, fazer amigos e sonhava em desbravar o mundo. A decisão de morar fora do Brasil vinha sendo amadurecida há anos, e sua mudança para o Chile simbolizava um marco na trajetória de independência e autodescoberta do jovem.
“Ele sempre falava em liberdade, em aprender com outras culturas. Estava vivendo exatamente o que sempre quis. É muito duro saber que tudo acabou assim”, lamentou a irmã.
Família não recebe apoio do governo federal
Com o falecimento confirmado pelas autoridades locais, a família entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) para iniciar os procedimentos de repatriação. No entanto, foram informados de que o governo federal não dispõe de recursos orçamentários para arcar com os custos do translado de corpos do exterior para o Brasil.
Diante da negativa, os parentes buscaram alternativas por conta própria. De acordo com orçamentos levantados, o custo estimado para trazer o corpo de Gabriel do Chile para o Brasil é de aproximadamente R$ 100 mil, valor que inclui despesas com documentação, traslados, taxas consulares, funerária e passagens aéreas.
Vaquinha virtual mobiliza rede de apoio
Com o alto custo e o tempo correndo contra, a família criou uma campanha de arrecadação online para conseguir o valor necessário à repatriação. A vaquinha tem sido divulgada nas redes sociais, junto a relatos emocionantes sobre a vida de Gabriel e pedidos de solidariedade.
Até a manhã do domingo, 22 de junho, a vaquinha havia arrecadado R$ 18,4 mil — ainda distante da meta. Mesmo assim, os familiares se mantêm esperançosos, confiando no apoio de amigos, conhecidos e da comunidade em geral.
“Acreditamos na empatia das pessoas. Cada contribuição é um passo a mais para trazê-lo para casa. Sabemos que ele merece uma despedida cercada de amor e dignidade”, afirmou Graziella.
O link da campanha está sendo amplamente compartilhado por familiares e amigos, que reforçam que qualquer valor ajuda e pode fazer a diferença.
Despedida longe de casa agrava sofrimento
Além do luto repentino, a distância física entre o local da morte e a cidade natal torna tudo ainda mais doloroso para os familiares. A impossibilidade de realizar o velório e o sepultamento em Luziânia impede que parentes e amigos possam se despedir como gostariam.
“Queremos trazer ele de volta, ver o rosto dele uma última vez, fazer as orações, viver esse luto de forma mais humana”, diz a irmã. “Enquanto ele estiver lá, parece que nada se resolveu. Precisamos encerrar esse ciclo.”
Trâmites complexos e burocracia
A repatriação de corpos envolve uma série de exigências legais e sanitárias, tanto no país de origem quanto no Brasil. Entre os documentos obrigatórios estão laudos médicos traduzidos, certidão de óbito internacional, autorização das autoridades sanitárias, além de logística especializada em transporte de restos mortais por via aérea.
Esses trâmites, por si só, já são complicados e demorados — e tornam-se ainda mais difíceis em um momento de luto, quando a dor emocional compromete a capacidade de organização dos familiares.
Como ajudar
A família de Gabriel reforça que todo tipo de ajuda é bem-vinda — seja financeira ou por meio da divulgação da vaquinha. “Se você não puder doar, compartilhe. Essa corrente de solidariedade é o que nos mantém de pé. Só queremos que o Gabriel volte para casa”, diz Graziella.
A vaquinha está hospedada em uma plataforma online segura e pode ser acessada diretamente pelas redes sociais da irmã e demais familiares.
Repercussão nas redes sociais
A história de Gabriel tem repercutido nas redes sociais, onde diversas mensagens de apoio e solidariedade à família têm sido publicadas. Muitas delas vêm de outros brasileiros que moram no exterior e se identificam com os desafios de viver fora do país.
“Ele era muito amado, mesmo à distância mantinha vínculos fortes com todos aqui. Saber que tanta gente está ajudando nos conforta. A dor não vai embora, mas o carinho ajuda a suportar”, finaliza a irmã.
Mín. 10° Máx. 24°