Jerusalém / Teerã, 14 de junho de 2025 – O Oriente Médio amanheceu em guerra após a deflagração de um conflito militar direto entre Israel e Irã, iniciado na quinta-feira (12), com ataques aéreos israelenses contra instalações nucleares e alvos estratégicos em território iraniano. A ofensiva, segundo o governo israelense, foi uma resposta à existência de um suposto programa clandestino de armas nucleares operado por Teerã.
De acordo com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a ação militar tem como objetivo evitar que o Irã obtenha armamentos de destruição em massa. “Não permitiremos que o Irã ameace a existência do Estado de Israel com armas nucleares”, declarou Netanyahu em pronunciamento oficial.
O ataque aéreo israelense atingiu dezenas de alvos em solo iraniano, incluindo bases militares, centros de inteligência e usinas nucleares. Entre os mortos estão o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, Mohammad Bagheri. Além deles, dois renomados cientistas nucleares – Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi – também perderam a vida.
A ação foi acompanhada de uma complexa operação de infiltração, envolvendo drones e agentes do serviço secreto israelense, o Mossad, que teriam atuado para neutralizar sistemas de defesa aérea do Irã antes do bombardeio principal.
Retaliação iraniana atinge Tel Aviv
Em resposta, o Irã lançou um massivo contra-ataque na madrugada desta sexta-feira (13). Mísseis balísticos cruzaram o espaço aéreo israelense e atingiram áreas urbanas da capital Tel Aviv. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram explosões na cidade e falhas no sistema de interceptação de mísseis israelense, conhecido como Domo de Ferro.
“A ofensiva israelense é uma declaração de guerra. Israel receberá um destino amargo”, disse o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei. Ainda segundo ele, os Estados Unidos também “pagarão caro” por seu apoio incondicional ao governo de Tel Aviv.
Conforme dados divulgados por autoridades iranianas, cerca de 100 drones de fabricação nacional – modelos Shahed-136 e Mohajer 10 – foram lançados contra alvos estratégicos israelenses, aumentando o temor de que a escalada militar ultrapasse as fronteiras da região.
Alerta em Israel e temor de novas ofensivas
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, alertou a população sobre a possibilidade de novas retaliações e orientou que os cidadãos permaneçam próximos a abrigos antiaéreos. “Estamos nos preparando para dias difíceis. A ameaça iraniana é real e contínua”, afirmou.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, afirmou à Bloomberg TV que as ações militares continuarão “até que a capacidade nuclear iraniana seja completamente neutralizada”. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), coronel Effie Defrin, disse que “a operação poderá ser longa”.
Reações internacionais e apelos por contenção
A comunidade internacional reagiu com preocupação. Em nota, o Itamaraty manifestou “firme condenação” à ofensiva israelense, afirmando que houve “clara violação da soberania do Irã e do direito internacional”. O governo brasileiro ainda destacou o risco de que o conflito se transforme em uma guerra regional de grandes proporções, ameaçando a paz e a estabilidade global.
Organizações como a ONU, União Europeia, OTAN, além de países como Alemanha, Reino Unido e França, fizeram apelos urgentes por contenção. A França defendeu o direito de Israel à autodefesa, mas pediu “redução imediata das tensões”.
A China e a Rússia condenaram categoricamente os ataques israelenses, enquanto a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) expressou “profunda preocupação” com a destruição de instalações nucleares. Segundo a AIEA, “as ações representam um risco de contaminação radioativa com consequências graves para a humanidade”.
Cenário de incerteza
Com a troca de ataques e mortes de figuras centrais do aparato militar iraniano, analistas internacionais avaliam que o conflito pode sair do controle a qualquer momento. O uso de tecnologia avançada em drones e mísseis, somado às ameaças cruzadas entre as potências envolvidas, levanta temores de um novo capítulo sombrio no Oriente Médio.
Diplomatas da ONU tentam viabilizar uma reunião de emergência no Conselho de Segurança, que pode ocorrer ainda nesta semana, embora o impasse entre potências com direito a veto, como Estados Unidos, China e Rússia, represente um desafio à diplomacia internacional.
Enquanto isso, civis israelenses e iranianos vivem momentos de tensão e medo. Em Tel Aviv, sirenes de alerta soam frequentemente, interrompendo a rotina da população. Já em Teerã, milhares de pessoas foram às ruas em manifestações pró-governo, exigindo uma resposta mais agressiva a Israel.
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