Um passo importante para a saúde e o bem-estar de crianças com diabetes tipo 1 foi dado em Valparaíso de Goiás. Na manhã desta sexta-feira, 30 de maio, a Câmara Municipal aprovou, em segunda e definitiva votação, o Projeto de Lei nº 20/2025, que autoriza o município a distribuir sensores digitais de glicose para crianças de 0 a 16 anos diagnosticadas com a doença. A proposta, de autoria do vereador Guilherme Gordão, foi aprovada por unanimidade e agora aguarda sanção do prefeito Marcus Vinícius.
A medida, além de pioneira no município, representa um avanço significativo na qualidade de vida de centenas de famílias que convivem com o desafio de controlar diariamente os níveis glicêmicos dos filhos. O projeto prevê a entrega dos dispositivos mediante prescrição médica e será coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde.
Tecnologia que transforma vidas
Hoje, crianças com diabetes tipo 1 precisam realizar múltiplas medições diárias com o uso de glicosímetros convencionais, o que exige diversas picadas nos dedos. Essa rotina dolorosa, além de causar desconforto físico, gera também impacto psicológico. Com os sensores digitais, o monitoramento passa a ser contínuo e não invasivo, reduzindo drasticamente a necessidade de punções constantes.
Os sensores funcionam por meio de uma pequena peça colada à pele, geralmente no braço, que realiza a medição da glicose intersticial ao longo do dia. Os dados são transmitidos para um aplicativo no celular dos pais ou cuidadores, permitindo o acompanhamento em tempo real dos níveis de açúcar no sangue da criança. Essa capacidade de monitoramento constante é especialmente importante em casos de variações rápidas, que podem representar riscos sérios à saúde.
Implementação dependerá da Secretaria de Saúde
A nova lei, após sancionada, dependerá da regulamentação por parte da Secretaria Municipal de Saúde, que será responsável por estabelecer os critérios técnicos, realizar a aquisição dos dispositivos e estruturar a logística de entrega. A expectativa é de que a distribuição comece ainda este ano, beneficiando, inicialmente, as crianças com prescrição médica e acompanhamento regular em unidades públicas de saúde.
Impacto social e econômico
Embora o custo dos sensores possa parecer elevado num primeiro momento, especialistas apontam que o investimento se justifica amplamente pelos benefícios clínicos e sociais. O monitoramento contínuo reduz internações por hipoglicemia ou hiperglicemia, melhora a adesão ao tratamento e proporciona maior autonomia às famílias. Além disso, reduz os gastos com insumos tradicionais como tiras reagentes, lancetas e agulhas.
A proposta também tem potencial de ampliar o acompanhamento pedagógico das crianças, que muitas vezes precisam se ausentar de atividades escolares para realizar medições. Com o sensor, professores e cuidadores podem atuar com mais precisão diante de uma crise, sem a necessidade de procedimentos invasivos durante o período letivo.
Valparaíso como referência
A iniciativa também abre caminho para a discussão de políticas semelhantes em outras faixas etárias e grupos vulneráveis. A expectativa é que, com a comprovação da eficácia da medida, ela possa ser ampliada para adolescentes e jovens adultos com diabetes tipo 1.
Com a sanção da lei, Valparaíso de Goiás entra em um novo patamar no cuidado com a saúde das crianças, unindo tecnologia, sensibilidade e ação legislativa. A proposta reafirma o papel do poder público no enfrentamento de doenças crônicas com soluções inteligentes e humanas.
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