PCGO cumpre mandados contra grupo suspeito de estelionato na compra de gado com cheques sem fundo
A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na quarta-feira (21), uma operação de busca e apreensão contra suspeitos de aplicar golpes na compra de gado utilizando cheques sem fundo. As ações ocorreram nos municípios de Cocalzinho e Edilândia, e são parte de uma investigação que aponta prejuízos recorrentes a produtores rurais da região do Entorno do Distrito Federal, especialmente em Águas Lindas de Goiás.
Segundo as autoridades, o grupo alvo das diligências é investigado por estelionato e associação criminosa, com indícios de que as práticas ilegais ocorrem de forma recorrente há pelo menos seis anos. Vítimas relataram que, após negociações e entrega dos animais, os cheques fornecidos pelos compradores foram devolvidos por insuficiência de fundos, configurando prejuízo direto aos vendedores.
Animais eram ocultados para dificultar localização
De acordo com a DERCR, os investigados utilizavam um mesmo modus operandi: após adquirir o gado com cheques sem cobertura, os animais eram rapidamente transportados e levados para locais de difícil acesso, dificultando sua recuperação pelas vítimas ou mesmo pela polícia. Essa estratégia de ocultação tem sido identificada como um obstáculo importante nas investigações e no rastreamento do gado subtraído.
“As evidências colhidas apontam para uma organização estruturada, com atuação recorrente e estável. O que temos é uma associação criminosa com divisão de tarefas e planejamento para aplicação reiterada de golpes no setor agropecuário”, informou a equipe da DERCR.
Golpes registrados desde 2018
As investigações da Polícia Civil indicam que o grupo já vinha aplicando golpes semelhantes desde, pelo menos, 2018. Registros policiais, depoimentos e documentos bancários analisados pela delegacia especializada reforçam a hipótese de continuidade delitiva, o que pode agravar a situação penal dos envolvidos.
Ainda segundo os investigadores, há elementos que sugerem uma rede organizada de compradores, transportadores e facilitadores logísticos, o que amplia o alcance dos danos causados ao setor rural. “Esse tipo de crime afeta diretamente a confiança nas negociações do campo, além de gerar prejuízos significativos para pequenos e médios produtores”, reforçou a delegacia.
Produtores rurais devem ficar atentos
A DERCR reforça o alerta para que produtores rurais fiquem atentos a práticas suspeitas em transações comerciais, principalmente no que diz respeito à forma de pagamento. A orientação é para que sejam exigidas garantias sólidas antes da entrega de animais e que, sempre que possível, a origem dos compradores seja verificada previamente.
A Polícia Civil também incentiva que vítimas de golpes semelhantes procurem a delegacia especializada para registrar ocorrência. “A denúncia é fundamental para fortalecer o processo investigativo e garantir a responsabilização dos envolvidos”, destacou a corporação.
Investigação segue em curso
Os nomes dos investigados não foram divulgados para não comprometer o andamento das apurações. Com os mandados de busca, a PCGO espera reunir novos elementos de prova, como documentos, dispositivos eletrônicos e registros de movimentação financeira que possam aprofundar o mapeamento da atuação do grupo.
A operação da DERCR integra o esforço da corporação em combater crimes contra o patrimônio rural, que têm aumentado em frequência e sofisticação nos últimos anos. A delegacia especializada atua em parceria com outras unidades da Polícia Civil e com apoio das forças de segurança locais.
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