O que parecia apenas mais uma terça-feira de aula se transformou numa experiência inesquecível para 30 alunos do 9º ano da Escola Municipal Eunice de Souza Machado, em Valparaíso de Goiás. No dia 30 de abril, eles participaram da abertura da edição 2025 do Programa Embaixadas de Portas Abertas (PEPA), em uma visita especial à Embaixada do Chile, em Brasília.
A ação, promovida pelo Governo do Distrito Federal, ganha neste ano um novo capítulo ao incluir, oficialmente, escolas do Entorno do DF. A expansão do programa foi viabilizada graças à parceria com o Governo de Goiás, por meio da recém-criada Secretaria de Estado do Entorno do Distrito Federal (SEDF-GO).
Imersão cultural e quebra de expectativas
Para muitos dos adolescentes, essa foi a primeira oportunidade de estar em uma embaixada. “Eu pensava que embaixada era tipo um escritório grande, vi que é muito mais. É cultura, história, um pedaço de outro país dentro do nosso. Fiquei lisonjeado com o convite”, contou Miguel Mendonça dos Santos, ainda segurando o passaporte simbólico entregue aos estudantes, como lembrança da visita.
A chegada dos jovens foi marcada por olhares curiosos diante da arquitetura refinada da sede diplomática e da recepção calorosa dos representantes chilenos. O grupo foi guiado pelo cônsul e primeiro-secretário Javier Foxon Calvo, que apresentou a residência oficial do embaixador e compartilhou histórias e curiosidades sobre o Chile.
Educação como ponte para o futuro
Durante a visita, Javier conversou com os estudantes em português e destacou a importância da educação para transformar vidas. “Vocês estão aqui hoje porque têm potencial. A educação é a ponte que leva a gente para onde sonha chegar”, afirmou, em tom acolhedor e com o sotaque espanhol que encantou os alunos.
Dara Rebecca Barbosa, uma das participantes, ficou especialmente empolgada com a oportunidade: “A gente aprendeu muito sobre o Chile, sua história e seus costumes. E o almoço? Gente! Nunca pensei que um cachorro-quente com abacate e tomate — o ‘completo chileno’ — fosse ser tão gostoso!”, destacou.
Conexão histórica entre Valparaísos
A visita contou com a presença do secretário do Entorno, Pábio Mossoró, que aproveitou para resgatar uma curiosidade histórica sobre Valparaíso de Goiás. “Nossa cidade tem esse nome em homenagem à cidade chilena. Na época da fundação, um engenheiro chileno da Encol ajudou a planejar os primeiros passos do município. Hoje, ver nossos jovens aqui, vivendo essa experiência, é como fechar um ciclo de amizade entre os dois povos”, explicou Mossoró.
Ele ainda reforçou a importância da vivência para os estudantes: “Aproveitem! Aprendam! Esse tipo de vivência transforma. O mundo é grande demais pra caber só nos livros. E hoje vocês estão provando que podem ir além.”
A faísca da curiosidade
A visita foi articulada pela Secretaria de Relações Internacionais do GDF (Serinter), representada por Paulo César Pagi. Ele destacou o papel do programa em despertar o interesse dos jovens por carreiras internacionais. “O PEPA é um programa que acende a faísca da curiosidade. Mostra para nossos jovens que basta estudar com dedicação para, um dia, representar o Brasil, seja como diplomatas, advogados, cientistas ou atletas de ponta. E, por que não, como embaixadores”, afirmou.
Ao final da imersão, os estudantes participaram de uma confraternização com comidas típicas, receberam livros como presente e trocaram impressões com os anfitriões. “Foi tudo perfeito! Uma aula de vida, daquelas que a gente não esquece nunca”, definiu Maria Rita Frazão, secretária de Educação de Valparaíso de Goiás, que acompanhou a delegação estudantil.
Expansão do PEPA para o Entorno
Criado pelo GDF, o Programa Embaixadas de Portas Abertas existe desde 2019 com o objetivo de aproximar estudantes da rede pública do universo das relações internacionais. A inclusão de escolas do Entorno começou em 2024, com alunos de Planaltina e Cristalina visitando as embaixadas da Malásia e de Ruanda.
Agora, com apoio da SEDF-GO, o programa ganha novo fôlego e deve alcançar mais cidades da região nos próximos meses. Para os organizadores, a iniciativa não apenas aproxima culturas, como também amplia horizontes e ajuda os estudantes a enxergarem possibilidades que antes pareciam distantes.
“É isso que queremos: mostrar que o mundo é acessível e que todo jovem tem direito de sonhar grande. Essas visitas são só o começo”, finalizou Paulo César Pagi.
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