Símbolo da fé e da história do povo goiano, a Catedral de Sant’Ana, na cidade de Goiás, foi oficialmente reinaugurada nesta quarta-feira (16) após um extenso processo de restauração que devolveu ao templo religioso sua imponência e beleza arquitetônica. A entrega da obra antecedeu a tradicional Procissão do Fogaréu, realizada na madrugada desta quinta-feira (17), e marcou um momento de celebração para a comunidade local.
Com quase três séculos de existência, a catedral é considerada um dos marcos mais importantes do patrimônio cultural e religioso do estado. A obra, viabilizada com recursos do Tesouro Estadual, recebeu investimento de R$ 4,6 milhões por meio do projeto “Fé, Religiosidade e Devoção”, coordenado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
O evento de entrega contou com a presença do governador Ronaldo Caiado, da primeira-dama e coordenadora do Goiás Social, Gracinha Caiado, e do vice-governador Daniel Vilela, além de autoridades civis e religiosas. Emocionado, Caiado relembrou sua ligação pessoal com a cidade e destacou a importância da intervenção. “Passei boa parte da minha vida aqui na cidade de Goiás e vi o que foi a luta para que conseguissem levantar a Catedral de Sant’Ana. Quando recebi o governo, ela estava totalmente deteriorada, com risco de desabamento. Então nós entramos para valer, e o Estado de Goiás transformou essa catedral nessa coisa linda que vocês estão vendo hoje”, afirmou.
Intervenção estrutural e modernização
A restauração contemplou a recuperação das lajes, o tratamento de trincas nas paredes e colunas, a instalação de novas calhas e a modernização completa das instalações elétricas. Também foram higienizados e restaurados os sinos das torres, além da renovação de pisos, teto, forro, bancos e do sistema de som, como ressaltou o pároco da Catedral, padre Augusto Cézar.
“Esta igreja foi refeita em dois anos. Nós temos uma iluminação nova, um piso novo, um teto novo, um forro novo, um novo presbitério, novos bancos e um novo som. Estamos hoje dentro de uma catedral novíssima. É uma alegria para nós, porque há mais de 20 anos essa Catedral não passava por uma reforma desse porte”, destacou o sacerdote.
A secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes, reforçou o comprometimento da equipe técnica com a obra. “Todo o recurso destinado para restauro e revitalização da Catedral de Sant’Ana é do Tesouro Estadual. Foi a equipe da Secult que acompanhou 100% dessa obra. É um presente para a cidade, para todos os goianos, e talvez uma das mais grandiosas do projeto Fé, Religiosidade e Devoção”, comentou.
Riqueza histórica e arquitetônica
A Catedral de Sant’Ana começou a ser construída em 1743, após determinação do então ouvidor-geral de Goiás, Manoel Antunes da Fonseca. A cidade, à época ainda chamada Arraial de Sant’Anna, havia sido fundada poucos anos antes, em 1727, pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva Filho, o Anhanguera.
Desde então, o templo se consolidou como referência de fé para os moradores da antiga capital do estado e um dos principais cartões-postais do Centro-Oeste brasileiro. Tombada como patrimônio histórico, a catedral abriga elementos do estilo neoclássico, como pilastras, frontões e capelas laterais. Seu interior é composto por nave, presbitério, capela-mor, sacristia e duas capelas laterais, separadas por uma série de pilares.
Além do valor arquitetônico, a igreja guarda obras de arte sacra de grande valor, incluindo cinco murais assinados pelo artista plástico e sacerdote espanhol Cerezo Barreto. A última restauração significativa havia sido realizada em 1998, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Legado para as futuras gerações
A reabertura da Catedral de Sant’Ana acontece em um momento simbólico para a cidade de Goiás, que nesta semana vivencia intensamente os rituais da Semana Santa, com destaque para a Procissão do Fogaréu — um dos eventos religiosos mais tradicionais do estado. A entrega da catedral restaurada reforça o compromisso do Governo de Goiás com a preservação da história e da identidade do povo goiano.
“Preservar a Catedral de Sant’Ana é manter viva a alma da nossa cultura. É garantir que nossas tradições religiosas e nosso patrimônio histórico continuem sendo respeitados, cuidados e celebrados por gerações futuras”, concluiu o governador Ronaldo Caiado.
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