A tradicional Procissão do Fogaréu, um dos rituais mais emblemáticos da Semana Santa em Luziânia, acontecerá nesta quarta-feira, 16 de abril, a partir das 19h, com saída do Santuário Santa Luzia, no centro histórico da cidade. O evento, que une religiosidade, cultura e tradição, foi recentemente reconhecido como patrimônio cultural imaterial do município por meio da Lei Municipal nº 4.716, sancionada em 26 de março pelo prefeito Diego Sorgatto (PL).
O projeto de lei foi apresentado pelo vereador Marcelo Meireles (União), que ressaltou a importância da procissão como manifestação de fé e expressão da identidade cultural luzianiense. “É uma celebração que atravessa gerações e carrega simbolismos profundos. Reconhecê-la oficialmente como patrimônio é preservar a história viva da nossa gente”, afirmou o parlamentar.
Celebração de fé e memória coletiva
A Procissão do Fogaréu é realizada anualmente na quarta-feira que antecede a Páscoa e envolve uma encenação simbólica da busca e prisão de Jesus Cristo. Com tochas nas mãos e em silêncio, centenas de fiéis percorrem as ruas do centro histórico, criando um ambiente de introspecção e reverência. A encenação é conduzida por grupos locais, com o envolvimento direto da comunidade.
De acordo com o padre João Batista, responsável pelo Santuário Santa Luzia, a celebração é mais do que uma tradição religiosa. “É uma oportunidade de reencontro com a fé e com as raízes culturais do nosso povo”, afirmou. Segundo ele, o evento também proporciona um momento de união e renovação espiritual para os participantes.
A concentração dos fiéis está marcada para as 18h30, no pátio da igreja, com a procissão começando logo após a missa. A caminhada será iluminada exclusivamente pelas tochas carregadas pelos fiéis, o que cria um cenário de simbolismo marcante e promove um clima de recolhimento e espiritualidade.
Reconhecimento como patrimônio imaterial
O reconhecimento da Procissão do Fogaréu como patrimônio cultural imaterial de Luziânia reforça a importância do evento para a memória e identidade do município. A lei sancionada garante a proteção e valorização da celebração como bem cultural, possibilitando ações de preservação, incentivo e promoção em futuras edições.
“A tradição da Semana Santa em Luziânia é parte da alma da cidade. A Procissão do Fogaréu emociona e mobiliza a todos, não apenas pelo seu valor religioso, mas também pelo seu papel na preservação do nosso legado cultural”, declarou o prefeito Diego Sorgatto.
Apoio logístico e segurança para os fiéis
A Prefeitura de Luziânia montou um esquema especial de apoio para garantir o bom andamento da celebração. Equipes de segurança, agentes de trânsito e voluntários estarão presentes para orientar o público e assegurar a tranquilidade do evento. A expectativa é de grande participação, inclusive de visitantes de outras cidades da região.
A Paróquia recomenda que os fiéis usem roupas confortáveis, calçados apropriados e levem garrafas de água. Como a iluminação será feita apenas pelas tochas, é importante que os participantes estejam atentos ao percurso e evitem o uso de luzes artificiais durante a caminhada.
Símbolo de resistência e devoção popular
A Procissão do Fogaréu em Luziânia é parte de um conjunto de manifestações da religiosidade popular brasileira que se consolidaram ao longo dos séculos, especialmente nas regiões do interior do país. Embora tenha origens em práticas medievais trazidas pelos colonizadores portugueses, a tradição ganhou formas próprias em diversas cidades brasileiras, sendo adaptada ao contexto local.
Em Luziânia, o evento é marcado pela simplicidade e pela força simbólica da caminhada noturna, que mobiliza moradores de diferentes idades e origens sociais. O silêncio durante o percurso, interrompido apenas por cânticos e orações, reforça o caráter meditativo da procissão, que representa a entrega de Jesus e o início da sua paixão.
Cultura viva e fé em movimento
Com o novo reconhecimento legal, a Procissão do Fogaréu passa a integrar o patrimônio cultural da cidade, status que poderá contribuir para o fortalecimento de políticas públicas voltadas à cultura e à religiosidade popular. Para os organizadores, trata-se de uma conquista que amplia o valor simbólico da celebração e assegura sua continuidade para as próximas gerações.
A participação é gratuita e aberta a todos os públicos, sejam fiéis locais ou visitantes. A recomendação é que os interessados cheguem com antecedência, respeitem o ambiente de oração e contribuam para manter o caráter sagrado da cerimônia.
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