Uma operação conjunta das Polícias Civis de Goiás e do Distrito Federal prendeu, na última quarta-feira (12), oito pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de fraudes relacionadas a hospedagens em Pirenópolis, um dos destinos turísticos mais populares de Goiás. Segundo as investigações, o grupo criminoso enganou pelo menos 62 turistas entre 2023 e 2024, induzindo-os a realizar pagamentos antecipados para estadias em pousadas que, na verdade, não existiam.
Todos os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos em Goiânia, onde os suspeitos atuavam. De acordo com a polícia, o golpe era aplicado por meio da criação de perfis falsos nas redes sociais, especialmente no Instagram, que simulavam estabelecimentos hoteleiros legítimos. Os criminosos ofereciam diárias a preços atrativos e, após negociações feitas via WhatsApp, solicitavam pagamentos antecipados por PIX. Assim que o dinheiro era transferido, as vítimas eram bloqueadas e perdiam qualquer contato com os supostos responsáveis pelas reservas.
A investigação revelou que o esquema era sofisticado e bem estruturado. Os criminosos não apenas criavam perfis falsos nas redes sociais, mas também emitiam contratos fraudulentos, com timbres e logotipos de pousadas reais, para conferir uma aparência legítima à negociação.
A ilusão só era desfeita quando as vítimas chegavam a Pirenópolis e descobriam que a pousada onde haviam reservado a estadia sequer existia ou que o estabelecimento real nunca havia feito aquela negociação. “Muitos turistas chegavam na cidade com reservas feitas e só percebiam o golpe ao procurar a hospedagem e descobrir que não havia nenhum registro de pagamento ou reserva em seu nome”, informou um dos investigadores da Polícia Civil.
A polícia identificou que o grupo criminoso contava com uma estrutura organizada, com divisão de funções entre os integrantes. Alguns eram responsáveis pela criação dos perfis falsos, enquanto outros se encarregavam das negociações e recebimentos via PIX. Além disso, os criminosos utilizavam diferentes contas bancárias para dificultar o rastreamento dos valores desviados.
Essa é a segunda operação contra golpes envolvendo falsas pousadas em Pirenópolis. Em novembro de 2024, outra ação policial prendeu três suspeitos, que já respondem na Justiça por crimes de estelionato e organização criminosa. As autoridades acreditam que os dois grupos podem ter relação, embora as investigações ainda não tenham chegado a uma conclusão definitiva sobre essa conexão.
A Polícia Civil alerta para a importância de verificar a autenticidade de anúncios de hospedagem antes de realizar qualquer pagamento antecipado. “É essencial conferir se a pousada tem um site oficial, buscar referências em sites de avaliação de viagens e, se possível, entrar em contato diretamente pelo telefone oficial do estabelecimento”, orienta um delegado envolvido na investigação.
Os presos nesta operação serão indiciados pelos crimes de estelionato e associação criminosa. A polícia continua investigando se há mais envolvidos no esquema e se outras vítimas ainda não registraram ocorrências.
A polícia recomenda alguns cuidados essenciais para evitar cair nesse tipo de fraude:
A Polícia Civil reforça que vítimas desse tipo de golpe devem registrar ocorrência para que os criminosos possam ser identificados e responsabilizados.
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