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Goiás lidera queda na violência doméstica contra mulheres

Políticas públicas eficazes e programa Mulher Mais Protegida resultam na maior queda nacional nas mortes por violência doméstica em Goiás, com avanços também na proteção de mulheres negras e jovens

05/11/2025 às 17h20 Atualizada em 06/11/2025 às 19h00
Por: Rodrigo Ferreira Fonte: Com informações do MPGO | Secom Governo de Goiás
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Um gesto que uma mulher faz com a mão na frente  é um sinal internacional e silencioso de pedido de socorro em casos de violência doméstica ou abuso. | Foto: Rodrigo Ferreira - Entorno de Brasília
Um gesto que uma mulher faz com a mão na frente  é um sinal internacional e silencioso de pedido de socorro em casos de violência doméstica ou abuso. | Foto: Rodrigo Ferreira - Entorno de Brasília

O Estado de Goiás destaca-se nacionalmente pela importante redução dos crimes de violência doméstica, refletida na expressiva queda das taxas de feminicídio. Segundo o Atlas da Violência 2025, Goiás foi a unidade federativa que mais diminuiu o número de feminicídio por 100 mil habitantes entre 2013 e 2023, com uma retração de 60,7%, passando de 8,4 para 3,3 casos no período.

Essa redução também se estende às mulheres negras, grupo que apresenta queda de 60,4% nos homicídios em Goiás, consolidando o estado como o segundo que mais avançou nesse indicador, atrás apenas do Distrito Federal. Essas estatísticas evidenciam os efeitos positivos das políticas públicas de segurança e enfrentamento à violência de gênero implementadas no estado.

Foto: Divulgação | Secom - Governo de Goiás

O Ministério Público de Goiás (MPGO) tem adotado várias medidas para reduzir crimes contra a mulher, com destaque para a realização de ciclos de diálogos sobre a Lei Maria da Penha, que visam fortalecer a rede de proteção às mulheres em situação de violência. O MPGO também desenvolve programas como o "Mulher Mais Protegida", que já conta com a adesão de 56 municípios goianos e implementa políticas públicas locais de enfrentamento à violência doméstica.

Além disso, o MPGO participa de campanhas e parcerias, como a celebração dos 19 anos da Lei Maria da Penha e acordos com a Polícia Penal para aprimorar o monitoramento de agressores e vítimas protegidas por medida protetiva, incluindo o uso de botões de pânico. Essas ações fazem parte da atuação integrada do MPGO para garantir a proteção, acolhimento e promoção dos direitos das mulheres vítimas de violência.

No âmbito federal, há ainda políticas que reservam vagas de emprego em contratos públicos para mulheres em situação de violência, ampliando o apoio para a autonomia e reconstrução da vida dessas mulheres, uma iniciativa que complementa as ações de proteção e prevenção promovidas pelo MPGO.

STJ determina recebimento de denúncia em caso de descumprimento de Medidas Protetivas no Goiás

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu recurso especial interposto pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e determinou o recebimento de denúncia oferecida contra homem acusado de descumprir medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).

A decisão, proferida pelo ministro Messod Azulay Neto, relator do recurso especial (RESp nº 2233005), reformou acórdão da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), que havia mantido a rejeição da denúncia sob o argumento de ausência de justa causa. O recurso especial foi elaborado pelo promotor de Justiça Murilo da Silva Frazão, integrante do Núcleo Especializado em Recursos Constitucionais (Nurec) do MPGO.

Conforme a denúncia, oferecida pelo promotor de Justiça Leandro Koiti Murata, o acusado, em 17 de julho de 2023, de forma dolosa e consciente, teria descumprido decisão judicial que o proibia de se aproximar e de manter contato com a ex-companheira, com quem tem duas filhas. Mesmo após ser intimado das medidas protetivas em 12 de julho de 2023, o denunciado enviou mensagens e áudios de teor ameaçador à vítima e foi até a casa da mãe dela, onde tentou contato pessoal.

A denúncia havia sido rejeitada pelo juízo de primeiro grau sob o fundamento de que a intimação, feita via WhatsApp, não possuía elementos suficientes para comprovar a ciência inequívoca do acusado das medidas protetivas, por não conter registro de capturas de tela do aplicativo. O TJGO manteve a decisão, afirmando que a ausência desses registros gerava dúvida sobre a efetiva intimação. Atuou em segundo grau pelo MPGO o procurador de Justiça Alencar José Vital.

Ao analisar o recurso do MPGO, o ministro Messod Azulay Neto consignou que a exigência de provas adicionais, além da certidão do oficial de justiça, foi indevida. O relator registrou que a certidão possui fé pública e presunção de veracidade, conforme o Código de Processo Civil (artigos 154, 405 e 425), podendo ser afastada apenas mediante prova contrária, o que não ocorreu no caso.

Foto: Pedro França | Agência Senado

“Se a certidão do oficial de justiça é dotada de fé pública, não pode o julgador exigir prova complementar para validar o ato, sob pena de esvaziar completamente o instituto da fé pública”, afirmou o ministro.

Impacto do Programa Mulher Mais Protegida

O Ministério Público de Goiás (MPGO) tem papel fundamental nesta transformação por meio do Programa Mulher Mais Protegida. Lançado para fortalecer políticas públicas municipais contra a violência contra a mulher, o programa já conta com a adesão de 56 municípios e a aprovação de 16 leis municipais específicas.

Foto: Divulgação | MPGO

Essas legislações instituem mecanismos locais para o enfrentamento da violência doméstica, fortalecendo redes de proteção e oferecendo suporte às vítimas. Cidades como Araçu, Campinorte, Faina, Formoso, Itaguaru, e várias outras implementaram leis com base no modelo orientativo do programa, reforçando o compromisso regional no combate à violência.

Desafios e avanços na implementação

Foto: CAODH | Assessoria de Comunicação Social do MPGO

Segundo o promotor de Justiça André Lobo Alcântara Neves, coordenador da Área de Políticas Públicas e Direitos Humanos do MPGO, o foco não está apenas na aprovação das leis, mas em sua efetiva aplicação. “O primeiro desafio é a aprovação da lei. O segundo é viabilizar sua implementação, pois a criação da lei é um passo para sua aplicação prática”, destaca.

O modelo legislativo é flexível e adaptável às realidades locais. Municípios sem demanda para manter uma Casa Abrigo própria devem buscar soluções regionalizadas para garantir os serviços de proteção às mulheres.

Resultados para a juventude e famílias goianas

Um gesto que uma mulher faz com a mão na frente  é um sinal internacional e silencioso de pedido de socorro em casos de violência doméstica ou abuso. | Foto: Rodrigo Ferreira - Entorno de Brasília

Além da redução da violência contra mulheres, Goiás registra avanços significativos na diminuição da mortalidade de jovens de 15 a 19 anos, com queda de 74,7% entre 2013 e 2023. Isso representa vidas salvas e famílias preservadas, frutos diretos das políticas integradas de segurança pública.

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