
A manhã desta terça-feira (4) foi marcada por uma grande operação policial em Goiás. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/GO), em parceria com a Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO), deflagrou a Operação Scutum, com o objetivo de desarticular um grupo de policiais militares suspeitos de envolvimento em crimes como corrupção, contrabando e lavagem de dinheiro.
Ao todo, foram cumpridos 17 mandados judiciais, sendo 16 em Mineiros (GO) e um em Londrina (PR). A Justiça Federal determinou o afastamento cautelar de cinco policiais militares de suas funções, medida que busca preservar as investigações e evitar interferências.
De acordo com a Polícia Federal, a operação teve como ponto de partida relatórios de inteligência produzidos pela própria PM-GO, que apontavam movimentações suspeitas de alguns agentes. As apurações revelaram fortes indícios de cooptação e desvio de cargas ilegais, além da revenda de produtos contrabandeados.
As investigações também indicam que os envolvidos utilizavam empresas de fachada e “laranjas” para ocultar valores provenientes das atividades ilícitas. Segundo a PF, “há evidências de um esquema estruturado de agiotagem e lavagem de dinheiro, sustentado por transações bancárias incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados”.
Os policiais e demais suspeitos são investigados pelos crimes de:
Corrupção passiva;
Facilitação de contrabando e descaminho;
Lavagem de dinheiro;
Agiotagem;
Extorsão;
Formação de quadrilha.
Durante a operação, foram apreendidos objetos, documentos e dispositivos eletrônicos que, segundo os investigadores, podem contribuir para o avanço das apurações.
Em nota, a Polícia Militar de Goiás informou que a Corregedoria da corporação acompanhou presencialmente todas as ações e que adotará as medidas administrativas cabíveis, em conformidade com os princípios de ética e disciplina.
A PM-GO destacou ainda que não compactua com condutas ilegais dentro de seus quadros e reafirmou o compromisso com a transparência e a legalidade. Os nomes dos policiais afastados não foram divulgados.
A Operação Scutum é resultado de um trabalho conjunto entre Polícia Federal, Polícia Militar, Ministério Público Federal e Justiça Federal, integrados por meio da FICCO/GO, grupo criado para combater o crime organizado no estado.
O nome da operação, “Scutum” — que significa “escudo” em latim —, faz referência à função essencial das forças de segurança de proteger a sociedade e a integridade das instituições públicas, contrapondo-se à conduta criminosa de parte de seus próprios integrantes.
Nesta primeira fase, a polícia concentrou esforços na coleta de provas e análise financeira dos envolvidos. Os investigadores devem, nas próximas semanas, concluir o levantamento patrimonial dos suspeitos e identificar possíveis beneficiários indiretos do esquema.
Segundo a PF, há fortes indícios de enriquecimento ilícito, com movimentações bancárias e aquisições de bens de alto valor incompatíveis com os salários dos policiais. As informações coletadas serão encaminhadas ao Ministério Público Federal, que decidirá sobre oferecimento de denúncia ou pedido de novas diligências.
A expectativa é de que novas fases da operação sejam deflagradas, podendo atingir outros agentes públicos e empresários ligados ao grupo.
A Polícia Militar do Estado de Goiás informa que, na manhã desta terça-feira (04/11/2025), foi deflagrada, em ação conjunta com a Polícia Federal, a Operação Scutum.
A operação teve início a partir de relatórios de inteligência elaborados pela Polícia Militar e encaminhados à Polícia Federal, culminando no cumprimento de mandados de busca e apreensão contra diversos investigados, entre eles cinco militares da Corporação, suspeitos de envolvimento em crimes como contrabando/descaminho, corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro, agiotagem e associação criminosa.
A primeira fase da operação foi realizada no município de Mineiros (GO), com desdobramentos na cidade de Londrina (PR).
Ao término dessa etapa inicial, após o cumprimento dos mandados, foram apreendidos objetos e documentos, além da realização de oitivas de suspeitos e de testemunhas consideradas fundamentais para a investigação. Todo o material recolhido será analisado pela Polícia Judiciária, que dará sequência às diligências e procedimentos legais.
A Corregedoria da Polícia Militar acompanhou presencialmente todas as ações e adotará as medidas administrativas cabíveis, em conformidade com a legislação vigente e com os princípios de ética e disciplina da Instituição.
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