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Desmoronamento em lixão de Padre Bernardo tem remoção de lixo finalizada após 112 dias

Semad reforça monitoramento da água do córrego Santa Bárbara e cobra medidas para conter impactos ambientais.

13/10/2025 às 11h33 Atualizada em 01/11/2025 às 13h34
Por: Rodrigo Ferreira Fonte: Com informações do MPGO e SEMAD
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Divulgação | Governo de Goiás
Divulgação | Governo de Goiás

A empresa Ouro Verde, responsável pelo aterro de Padre Bernardo (GO), informou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), na quarta-feira (8), que concluiu a remoção de todo o lixo que havia desmoronado sobre a grota do córrego Santa Bárbara, em um incidente ocorrido em 18 de junho. A data final prevista para a conclusão do serviço era 10 de outubro, mas o trabalho foi encerrado antes do prazo limite.

Segundo o relatório encaminhado à Semad, a quantidade de resíduos retirados foi superior à estimativa inicial. “O volume total atingiu 62,8 mil metros cúbicos, em vez dos 42 mil metros cúbicos previstos inicialmente, devido ao uso de terra para abafar um incêndio que atingiu o local no dia 24 de junho”, informou a empresa no pedido de prorrogação apresentado no fim de setembro.

Medidas emergenciais e cumprimento do TAC

A limpeza do córrego faz parte das obrigações firmadas no Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado entre a Ouro Verde e a Semad em 11 de julho. Além da remoção dos resíduos, a empresa deve realizar uma série de ações complementares para evitar novos danos ambientais.

Entre as medidas estão o esvaziamento das cinco lagoas de chorume para impedir o extravasamento durante o período de chuvas e a construção de uma sexta lagoa, ampliando a capacidade de armazenamento. O prazo para a conclusão dessas ações é 31 de outubro.

De acordo com o comunicado, o lixo removido foi depositado em uma célula impermeabilizada dentro do próprio terreno, e a Ouro Verde deve concluir o recobrimento da pilha de resíduos nos próximos dias, a fim de evitar instabilidades do solo provocadas por novas precipitações.

Sayro Reis, gerente de emergências ambientais da Semad, afirmou que novas medidas estão em estudo para reforçar a segurança e a recuperação da área. “Estamos elaborando um aditivo ao TAC que vai definir ações adicionais de mitigação dos impactos ambientais causados pelo deslizamento”, destacou o gestor.

Monitoramento da água do córrego Santa Bárbara

Enquanto as medidas de contenção são executadas, a Semad segue monitorando a qualidade da água do córrego Santa Bárbara, com foco na detecção de metais pesados e compostos tóxicos. O acompanhamento é essencial para avaliar a eficácia das ações e garantir a segurança das atividades agrícolas e pecuárias na região.

O último relatório técnico, concluído no fim de setembro, apontou melhora nos indicadores de contaminação, embora ainda haja substâncias em níveis acima do permitido pela legislação. A análise identificou a presença de benzeno em concentração de 0,01 mg/L, o que representa o dobro do limite máximo permitido pela Resolução nº 357 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), fixado em 0,005 mg/L.

Outro elemento que segue em desacordo com os parâmetros legais é o manganês, que apresentou valores de 0,201 mg/L e 0,187 mg/L em dois pontos de coleta, superando o limite de 0,1 mg/L.

Segundo a Semad, a proibição do uso da água do córrego para qualquer fim — seja consumo, irrigação ou dessedentação animal — permanece em vigor até que os níveis de poluição estejam dentro dos padrões de segurança.

“Embora o Santa Bárbara não seja usado para abastecimento doméstico, ele tem papel importante na irrigação de lavouras e no fornecimento de água para o gado, por isso o acompanhamento é contínuo e rigoroso”, explicou um técnico da secretaria.

Próximos passos e recuperação ambiental

A área atingida pelo deslizamento segue sob vigilância permanente. A Semad informou que realiza vistorias periódicas e que deve intensificar as fiscalizações durante o período de chuvas, quando o risco de novos deslizamentos aumenta.

A Ouro Verde, por sua vez, declarou que mantém equipes de engenharia e meio ambiente em campo para acompanhar o comportamento do terreno e a estabilidade das estruturas de contenção.

O gerente Sayro Reis destacou que o caso servirá como referência para aprimorar protocolos de gestão de resíduos em Goiás. “Estamos utilizando as informações obtidas neste processo para fortalecer as normas de fiscalização e prevenção de acidentes ambientais em outros aterros do estado”, afirmou.

O governo estadual também estuda medidas para aumentar a responsabilização das empresas operadoras de aterros sanitários, especialmente aquelas envolvidas em contratos de longa duração com municípios. A meta, segundo a Semad, é garantir transparência e cumprimento rigoroso das normas ambientais.

Contexto do acidente

O desmoronamento do lixo sobre o córrego Santa Bárbara ocorreu após um rompimento de talude no aterro de Padre Bernardo, em 18 de junho. A massa de resíduos deslizou sobre uma área de mata e atingiu o leito do córrego, provocando interdição imediata da captação de água e alerta ambiental na região.

Dias depois, um incêndio no local agravou a situação, exigindo o uso de terra e maquinário pesado para conter as chamas — medida que acabou ampliando o volume total de material a ser removido.

A Ouro Verde foi notificada pela Semad e assumiu a responsabilidade pela recuperação ambiental, firmando o TAC que estabeleceu os prazos e condições para a execução dos serviços.

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