
A Região Metropolitana do Entorno do Distrito Federal (RME) acaba de ganhar um retrato detalhado de sua realidade social, econômica e demográfica. O Instituto Mauro Borges (IMB) divulgou o Diagnóstico Socioeconômico da RME, documento que reúne informações sobre população, educação, saneamento, situação fiscal e mercado de trabalho. O estudo busca orientar políticas públicas voltadas ao desenvolvimento dos 11 municípios que formam a região.
Criada oficialmente pela Lei Complementar nº 181/2023, a RME é composta por Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás. Juntas, essas cidades somam 1.244.633 habitantes, o que representa 17,6% da população total de Goiás.
Segundo o levantamento, a RME tem participação de 9,1% no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, número que reforça a importância econômica da região para o estado. Os dados também mostram contrastes entre avanços em áreas como educação e saneamento e desafios relacionados à infraestrutura e à geração de empregos.
Entre os pontos positivos apontados no diagnóstico, Planaltina registrou a menor taxa de mortalidade infantil da região, com 5,1 óbitos por mil nascidos vivos — índice considerado de excelência pelos parâmetros nacionais. Já Cocalzinho de Goiás obteve nota 7,1 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) nos anos iniciais, superando a média estadual e revelando bons resultados na qualidade da educação pública local.
No saneamento básico, o estudo revela cobertura de abastecimento de água superior a 95% em todos os municípios, um dado que indica avanços expressivos no atendimento à população, embora a coleta e o tratamento de esgoto ainda apresentem desigualdades significativas entre as cidades.
O secretário do Entorno do Distrito Federal, Pábio Mossoró, destacou a importância do diagnóstico como ferramenta de planejamento.
“Com informações detalhadas sobre cada município, conseguimos identificar prioridades e planejar políticas públicas mais assertivas, voltadas para as reais necessidades da população do Entorno”, afirmou.
Para Mossoró, o documento reforça o papel da Secretaria do Entorno na articulação entre os municípios e os diferentes níveis de governo.
“Nosso trabalho é fortalecer a cooperação e garantir que programas e projetos cheguem de forma efetiva às cidades da região. O diagnóstico nos dá a base técnica necessária para avançar nesse caminho”, completou.
Apesar dos avanços apontados em áreas sociais, o estudo também evidencia desafios que persistem na RME. O crescimento populacional acelerado, a expansão urbana desordenada e a dependência econômica em relação a Brasília são fatores que exigem planejamento conjunto e políticas públicas integradas.
A concentração de empregos no Distrito Federal, por exemplo, gera um fluxo diário de deslocamento de trabalhadores entre os municípios do Entorno e a capital federal, o que impacta diretamente na mobilidade urbana e na qualidade de vida.
O diagnóstico do IMB também aponta que há potencial de expansão econômica em setores como comércio, serviços e construção civil, além da necessidade de investimentos em infraestrutura viária, transporte público e saneamento avançado.
A criação formal da RME representa um marco institucional para Goiás. A nova estrutura permite a elaboração de políticas metropolitanas que considerem as interdependências entre os municípios. A Secretaria do Entorno tem buscado ampliar o diálogo com prefeitos e gestores locais, promovendo ações conjuntas em áreas como transporte, meio ambiente, habitação e segurança pública.
O diagnóstico elaborado pelo IMB será fundamental nesse processo. Ele fornece indicadores atualizados e comparáveis, permitindo o monitoramento das metas e o planejamento de programas voltados à redução das desigualdades regionais.
O documento está disponível para consulta pública e pode ser acessado no site da Secretaria do Entorno: goias.gov.br/entorno/estudos-e-pesquisa-sobre-o-entorno-do-df.
Com essa base de dados, o governo estadual e as administrações municipais terão condições de elaborar políticas mais precisas, garantindo que o crescimento da região ocorra de forma sustentável e equilibrada, atendendo à população que hoje ultrapassa 1,2 milhão de pessoas.
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