
Cerca de 800 moradores de Valparaíso de Goiás estão sem o transporte coletivo “Vai de Val” desde o dia 31 de julho, quando o serviço foi suspenso por descumprimentos contratuais da empresa responsável pela operação. O programa, que havia sido lançado em maio de 2025 com tarifa reduzida e promessa de mobilidade acessível, enfrentou uma série de falhas relatadas pelos usuários — entre elas, atrasos constantes, longos intervalos entre viagens, falta de limpeza nos veículos, falhas no sistema de climatização e dificuldades de acessibilidade.
A paralisação afetou especialmente os moradores dos bairros Céu Azul, Valparaíso I e II, que dependiam do serviço para se deslocar ao trabalho, à escola e a outros compromissos diários.
Na última terça-feira (1º), a Prefeitura de Valparaíso de Goiás publicou no Diário Oficial nº 184/2025 a abertura de um processo de contratação emergencial para a operação do transporte coletivo urbano. De acordo com o documento, a medida tem como objetivo garantir a continuidade do serviço essencial e selecionar a proposta mais vantajosa dentro do critério de menor preço global.
Segundo a administração municipal, o processo segue o modelo de dispensa de licitação, previsto na legislação federal para situações emergenciais. O prazo para envio das propostas vai até o dia 3 de outubro, podendo ser feito presencialmente, no Departamento de Compras da prefeitura, ou por e-mail.
A gestão municipal justificou que a decisão de recorrer à dispensa de licitação foi necessária diante da urgência em restabelecer o transporte. Em nota, a Prefeitura afirmou que “a interrupção do serviço afeta diretamente o cotidiano da população e, portanto, exige medidas rápidas para garantir a mobilidade dos cidadãos”.
Ainda segundo a nota, o governo está “empenhado em restabelecer o serviço rapidamente, com foco na eficiência e no respeito aos usuários, que aguardam há mais de 15 anos por um transporte público de qualidade”.
O projeto “Vai de Val” foi lançado em maio de 2025 como uma solução emergencial para melhorar a mobilidade urbana do município. A proposta inicial previa dez veículos, sendo oito em operação e dois reservas, atendendo os principais bairros da cidade.
Com tarifa acessível e promessas de horários regulares, o serviço conquistou adesão imediata da população. No entanto, em poucos meses, começaram a surgir relatos de falhas operacionais e descumprimentos de cronogramas, além de problemas de manutenção e limpeza.
Diante das reclamações, a Prefeitura notificou a empresa contratada e, após constatar irregularidades, decidiu pela suspensão do contrato.
Moradores ouvidos pela reportagem relatam que a ausência do transporte tem dificultado a rotina e aumentado os custos com deslocamento. “Eu gastava R$ 4 por dia com o ‘Vai de Val’. Agora, preciso pagar o dobro em transporte alternativo”, contou Marina Lopes, moradora do bairro Céu Azul.
Outro usuário, Carlos Menezes, afirma que depende do ônibus para ir ao trabalho. “O serviço fazia diferença para muita gente. Sem ele, a gente precisa andar longas distâncias ou pagar caro em aplicativos”, disse.
Com a nova contratação emergencial, a expectativa é que o serviço volte a operar nas próximas semanas. A Prefeitura não divulgou, até o momento, o número de empresas interessadas nem o prazo exato para o retorno da frota às ruas.
A administração informou que, após a reativação, o “Vai de Val” passará por monitoramento constante, com metas de desempenho e avaliação da satisfação dos usuários. O objetivo é evitar que os mesmos problemas se repitam e garantir mais transparência na prestação do serviço público.
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